O riso cearense - II
10.fevereiro.2000

Acredito que, dificilmente, a continuação de uma obra é tão boa quanto a primeira. Mas, devido ao enorme sucesso da crônica anterior (nenhum e-mail recebido, nenhuma nota na Folha de São Paulo, nenhum destaque no UOL), resolvi fazer algo diferente, afastando-me do simplesmente escrever mais um pouco sobre o tema.

Aproveitando que a onda agora é falar em educação virtual, estou lançando em parceria com o grande Abu Zadim o curso "Como ficar vivo sem morrer de rir". Em cada módulo, o professor, educador, orientador, facilitador, escritor, instrutor, abordará de forma didática, clara, concisa, um aspecto desta importante seara da vida humana: o humor.

Caso você tenha interesse em enriquecer o seu currículo, não se acanhe: abra a porta da sala de aula, escolha uma carteira e procure ficar perto do ventilador. Por favor, se o seu interesse não for estritamente pedagógico, sinta-se à vontade, mas não converse alto, ok?

Mais um esclarecimento: não é necessário se inscrever, nem pagar taxas, nem enviar número de cartão de crédito (pois, com certeza, algum engraçadinho poderia mandar o da ex-namorada...), mas se você quiser fazer alguma doação, não tem problema! :-)

A avaliação dos alunos abordará aspectos teóricos e práticos. Quanto ao primeiro item, é necessário o envio das respostas solicitadas em cada etapa do curso, dentro do prazo estabelecido: 53 horas, 17 minutos e 26 segundos, a partir da divulgação da lição na Internet. Quanto ao segundo item, o candidato redigirá, após a conclusão dos módulos, uma crônica a qual será analisada por um comissão de altíssimo nível, no caso o Conselho Editorial da Crônica do Dia: Eduardo Loureiro Jr., Felipe Holder e Leila Miccolis. O certificado de aprovação será a publicação da produção no site Crônica do Dia.

Que história é essa de ir para a casa? Você está pensando que aqui é como na universidade, onde o 1o dia de aula é só conversa mole? O módulo inicial começa agora mesmo.

Dependendo da relação existente entre forma e conteúdo, pode-se falar que existem 2 tipos de piada. No primeiro grupo, estão aquelas que se apresentam de forma sóbria, dificultando a sua identificação como tal. Elas são tão boas, que o leitor fica na dúvida se deve acreditar ou se pode cair no riso (o noticiário nacional é repleto de ótimos e inigualáveis exemplos, conforme você constatará durante os nossos encontros). No segundo grupo, estão aquelas que, a partir de uma notícia ou de um acontecimento, com a simples troca de alguns detalhes, nos fazem cair no riso.

Delicie-se com as seguintes amostras e classifique-os conforme o tipo de cada um (envie a sua resposta para paulomb@fortalnet.com.br, escrevendo no subject HUMOR).

No final do mês passado, no Ceará, um canal que liga os açudes Pacoti e Pacajus arrombou. É um fato aparentemente normal, embora que não desejável. O detalhe foi a explicação apresentada pelos técnicos: segundo eles, o acidente aconteceu devido a um formigueiro.

Inspirado nas aparições do Padre Quevedo no Fantástico, a Net já ganhou uma versão daquele bloco: o Padre Quemedo. Quem tiver suas perguntas, seus medos, suas indagações, seus temores, suas dúvidas, pode endereçá-las ao reverendo, que ele enviará a resposta para a sua casa. Caso ele tenha horário disponível, ele poderá visitá-lo na calada da noite...

Engana-se, redondamente ou triangularmente, quem pensa que é privilégio de brasileiro fazer graça. Você acredita que uma rádio inglesa colocou, no mês passado, na Internet um confessionário?

Ou seja, aquelas almas que quiserem se manter limpas, depois de visitar aqueles sites mais picantes ou depois de participar de algum chat mais sensual, não precisam mais sair de casa! A mesma linha telefônica (ou cabo de fibra ótica) que trouxe a perdição trará a salvação. De certa forma, isto já estava previsto naquele sábio provérbio popular. Refiro-me não ao famoso "Uma mão lava a outra", mas ao seu clone, não tão perfeito geneticamente: "A mão que alisa é a mesma que bate"...

Além do sigilo e da privacidade, o serviço tem uma vantagem fabulosa, quando comparado ao tradicional modelo: ele não tem penitência! :-)))

Numa atitude mais do que esperada, a Igreja Católica Romana, através de um porta-voz, condenou a idéia: "Isto não é o que católicos entendem como confissão. Confissão não pode ser feita por telefone, e-mail ou procurador".

Confissão por procuração? Gostei da idéia...

Paulo Meireles Barguil
(O Pátio)